sábado, 26 de dezembro de 2009

Pensamentos

Você é minha droga... na dose certa
Nem alucinação, nem muito pé no chão
É bom voar contigo e saber onde estamos pisando
Entre a lua e o chão

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Balada de agosto

Noite fria e umida nessa sexta-feira, mas o quarto permanece abafado com tanto trabalho em cima da mesa.

Lá fora as janelas choram embaçadas, mas aqui dentro tudo que eu vejo são folhas e canetas.

Exausto, sem dormir com o resto de café frio na caneca não consigo me concentrar pra terminar minhas tarefas.

E já é sexta-feira.

Meu ultimo cigarro me olha da gaveta e pula em minha boca.

Fogo, fogo, preciso de fogo.

Minha mesa se movimenta.



As coisas começam a se organizar automaticamente.

Demente? Eu?

Espero que não.

Achei o isqueiro, acendi o cigarro, bati no cinzeiro.

Mas o que é isso. Meu trabalho está fazendo o próprio serviço?!

Nao sei se rio ou se me desespero.

Estou vendo as folhas brigando pra ver quem entra primeira no arquivo.

Isso pode ser real? O que tinha nesse cigarro?



Café frio, muito trabalho. Acho que essa correria afetou a minha mente.

Demente? De novo? Ah não!

Já aconteceu isso ano passado.

Peço pras folhas pararem com a briga, eu mesmo as coloco no armário.

Mas elas não param.

Será o beflogim ou a cafeína?

Procuro na gaveta o receituário.

As folhas estão quebrando o mouse e o teclado, não tem jeito, vou ter que trancá-las no armário.



Adeus trabalho...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Larissa

São os meus olhos... nos seus olhos

Na boca, no cabelo
Na leveza do olhar
Na delicadeza da pele
Nas curvas do corpo
No tato da alma
No gosto dos beijos
No aroma da calma

São os meus olhos... nos seus olhos

Nos sentidos aguçados
Na saudade instantânea quando o corpo vira as costas
Na presença constante que ao dia-a-dia conforta
Nas lembranças do sorriso, do jeito como você mexe no cabelo

São os meus olhos
São os seus olhos

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Noites quentes

E arde todo esse calor
A pele e o pelo
Entrelaçado desejo
Pernas adiante

Num emaranhado obscuro
D'alma purificada em susurros
Peito pleno
Porções de alucinação

Goteja o pudor
pouco a pouco
esvairindo-se afora
Caindo doce em tentações

Veneno barato
Bebiricando os sentidos
Etorpecendo a libído
Fervendo os hormonios

Se me mata esse noite
Me venha toda em vontade
Me atira no peito essa força que arde
Me eleva ao seu mundo, coração e amor

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Lance astral

Veio em ondas calmas e maré baixa, me convidando pra um mergulho
Me engoliu num caldo longo e profundo de paixão e loucura
Como uma pisciniana com jeito pra múcisa
Na ponta dos pés, suave e devastadora
Me pôs na dança, aguçou os sentidos
Num misticismo sem palavras
Fogo e água
Intercalando e fortalecendo os opostos
Unindo dois mundos
Indo cada vez mais a fundo nesse lance astral

Queimando a pele pra testar o tato
Comendo com com a visão e o olfato
Sigo me inundando, me entorpecendo desse gosto
Ouvindo e sentindo o vento no rosto
Elevando o sexto sentido bem acima da emoção

Parece exagero, talvez poesia
Mas a gente colhe aquilo que planta
E convive com aquilo que cria
E se há opções nesse jogo da vida eu escolhi mesmo essa estrada
Pro tudo ou nada
Os dados foram lançados a sorte
Daqui a até morte
A roleta russa tá girando e nós só temos um disparo!

E se não der pé
Nós ainda podemos mudar o calibre

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Bad Trip by heart

E os olhos eram negros
Sem ambições, sem emoções
Fundos e estáticos
Fixos ao horizonte

E as pernas eram tortas
para dentro, numa posição de stress
Magras e fracas
Trêmulas

E o corpo era inclinado
Para frente, num vai e vem
Sem equilíbrio
Sem ritimo e compasso

E a mente era lenta
Lenta e longe
Entorpecida e saudosa
Odiosa e vingativa

E o espírito era...
O espírito era ausente
Ausente

domingo, 25 de outubro de 2009

E quando a vida passa.
Sei lá
É tudo tão rápido
Parece que o tempo nem contou o fatos
O tempo nao contabiliza sentimento
Mas hoje!
Hoje o momento necessita de vaidade
Vontade de estar a sós, beijar e ouvir a voz!
Parece que o domingo virou pó.
Segundos depois de ouvir você partir, e isso foi ontem a noite.
Nem sei se quero o vento, nem sei se quero mesmo este momento
Melhor seria se vc estivesse aqui

Tão só.
Querendo que a lua brilhe... sem medo da luz e da sombra
Que sombra?
Tudo que eu vejo é luz.
Cor do luar... lugar pra amar??
A gente sempre dá um jeito.
Falta convite pela falta jeito... toda hora é tempo, todo tempo é lugar
Sei lá.. falta mesmo é poesia pro poeta apaixonado.

sábado, 24 de outubro de 2009

Parte II

E no reino as batalhas por poder continuam.
Porém, nas vielas singelas seguem suas vidas as pessoas de bem.
O vagabundo com sua garrafa de cachaça, a donzela com sua tímida beleza, e os figurantes da história. Todos eles de um lado para o outro, ocupados com seus afazeres, sonhando com o dia de amanhã.
O vagabundo por vezes encantado pela donzela, não sabe como convidá-la pra um jantar. E se soubesse, o que ofereceria? Precisa se preparar melhor.
Conhecer a donzela é fundamental.

A donzela, já farta de vagabundos continua seu caminho sem muito se importar.
Mas sente a poesia no olhar desse único desocupado. Não sabe expressar, nem mesmo sabe se sabe.
Mas é claro e evidente, que o caso é diferente. Se não fosse, não teria porque contar.
Cortando a dramatização da história, eles se encontram, e se acertam, cada um do seu jeito, ele explicando coisas, ela sem entender ouvindo tudo com atenção. Ele nem sabe qual é a razão, mas quer contar do seu jeito desajeitado. E ela parece querer saber como funciona essa mente insana.

Demanda tempo e vocabulário polido pra que eu demonstre nestas linhas o brilho dessa hitória, porém, na falta da poesia, eu relato essa parte do romance pedindo a que vocês leitores, interessados ou não, pensem na lua, em céu limpo e estrelado. Enxerguem nela o brilho do sentimento apaixonado. Convertam todo esse sentimento para o fatídico romance do reinado.
Fatídico no sentido de que prediz o futuro, e não no sentido trágico.

O vagabundo e a donzela estão se encontrando pelo vilarejo. Num suspiro doce e demorado de experimentação do sentimento.
(A cena acaba quando eles se beijam, com a lua de fundo, e ela se despede dizedo que vai entrar em contato. E ele entende a partida, mas espera que ela volte pros seus braços)

(continua)

domingo, 18 de outubro de 2009

Sobre águas passadas

As vezes quero a chuva pare
Mesmo que o mundo desabe sob o céu azul
As gostas escorrem pela janela enquanto espero que a distância faça sentido
O céu chorando alimenta a solidão e a saudade
E por dentro, no peito, o sentimento arde com águas passadas


Não importa se quente ou frio
As vezes quero que o céu brilhe sobre nossas cabeças
A temperatura a gente ajeita quando o coração nao se sente só
Voltar ao pó, de onde viemos
Nem importa mais onde queríamos chegar
Se o que importava ficou pra trás, num dia nebuloso.

As vezes quero que chuva pare
Mas nem sempre espero que o sol brilhe
Na maior parte do tempo não sei o que eu quero
Só quero que o tempo mude
Só quero que o dia passe
Só quero não querer que ela volte

Mas as vezes, e só as vezes quero que o mundo desabe
Que a água que cai do céu me lave
Que as correntes de ar conduzam a chuva pra minha alma
Que as nuvéns me cubram de esperança e novidades
Que o sentimento mude, pra viver de verdade

As vezes quero esquecer que o céu brilhava
E como a chuva, caindo no rio correr junto com a aguá
E deixar pra trás o tempo em que os olhos dela me iluminavam

As vezes quero... que o mundo pare

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Lua Amarela

A lua amarela me encarava, insinuante
Sem pudor no olhar, mas também sem maldade
Malícia
Me seduzia pra bebericar ao sabor da noite

Lua baixa, quase que ao alcanço das mãos
E mesmo assim intocável
Vai se indo embora, acima de nossas cabeças
Noite afora, longe do coração

Lua cheia... cheia de dúvidas.
Sem saber o que vai ser quando o dia amanhecer
E mesmo assim correndo pra atravessar a escuridão
Alimentando poetas, malucos e lunáticos.

Alienando os apaixonados

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A la mexicana!

No castelo onde batalhas aconteciam constantemente, eram vistos a todo momento heróis, princesas, disputas de poder a qualquer custo.
Mas nem todo o reinado ligava para os valores mundanos, e como em todo conto havia um vagabundo, daqueles que se esforça pra não entrar na corrida dos ratos. E, obviamente, havia uma garota. Uma linda garota, mas que por motivos ficcionais não brilhava aos olhos do vagabundo.
Essa garota, porém, era apaixonado por esse rapaz de vestes pobres e desalinhadas, cabelo, barba. Fora do padrão.
E ele, que via a garota constantemente, passava às cégas por ela, com um cotidiano cumprimentar de olhos.
Eis que anos se passaram e enquanto reis assumiam e saíam do trono, ele levava sua vida paralela, divertindo-se por entre as vielas do reinado, taxado de mau-trapilho. Até que um dia, num esbarro fatídico o vagabundo e a garota de encontram, e tudo brilha, e tudo canta e dança.
E o beijo acontece!
O sonho se realiza, o inesperado se concretiza, tudo à flor da pele.
Mas o dia amanhece, e ele, na ignorância de sentimentos segue a rodar pelas vielas noturnas, a divertir-se com bêbados pela rua. No doce desejo de se encontrar em qualquer esquina.
E ela, decepcionada, larga tudo e toca a vida. Vai conhecer a boemia, brilhar a outros olhos. No direito de ser feliz, de correr os riscos que sempre quis, mesmo que em outros braços.

E os caminhos se afastam, e os anos passam, e as coisas mudam.
E um dia, claro, o reencontro acontece.
E o vagabundo enaltece os sentimentos, se apaixona ao sabor do vento, embriagado de amor. E tudo parece claro, e tudo parece certo, e tudo parece......



Parece, mas não é!


Ela, a garota, segue a vida em outra estação, ele no inverno, ela no verão, e nem a mesma linha de trens se cruza.
E ele explica, ela cala, e ele fala, ela esnoba, e ele acende, ela apaga, e ele tenta, ela consola.
E no clima de novela mexicana a história se acaba.
O fim sem fim dessa narrativa só o destino irá contar.

(O livro se fecha ao som do chuveiro)

domingo, 30 de agosto de 2009

sem nome

O desejo da carne crua.
Era isso que lhe diferenciava.

Não era um serial-killer, nem um vampiro ou qualquer outra coisa medonha que a ficção nos mostra.
Simplesmente tinha desejos, e era disso que ele falava.
Não queria machucar ninguem, nem ver nada sangrar.
Queria apenas sentir a carne crua e ainda quente.
Queria sentir a vida. Desejo de animal.
Do contato, do atrito, da verdade sem escrúpulos.
Imoral.
Julgado pela igreja, penitenciado pelas leis do homem.
Quando o que ele queria era apenas o que chamam hoje em dia de "selvagem".
Condenado a apodrecer no isolamente de sua mente, a se afogar nos desejos diários.
Conversava com o papel, como um doente ou lunático.
Morreu sozinho em frente a caneca de café, ao lado do cigarro.
Com a caneta em mãos e uma obra inacabada, sem ser assinada.

Assim surgiu o primeiro poeta.
Ele morava na rua dos santos, em frente ao cabaré Cherry.
Onde tantas inspiraões e ilusões lhe renderam uma centena de escritos de uma vida amargurada.


(autor desconhecido, poeta famigerado)

Questão de escolha.

Somos expostos diariamente a caminhos diversos, e cada escolha resulta numa outra encruzilhada.

Aleatóriamente as decisões são tomadas e entre coerencias e absurdos as opções feitas nos levam à próxima etapa.

Como em outra galáxia eu havia comentado, a vida é como o bebado equilibrista na corda bamba.

Pra lá ou pra cá?

Tanto faz, o caminho que criamos é exatamente aquele que queremos.

Destino é escolher o bar errado, abrir a cerveja ainda quente.

É tudo questão de escolha.

Colher aquilo se planta.

A vida não é injusta, errado foi o caminho tomado lá atrás.

Porque não podemos pegar o retorno?

Não é questão não poder voltar atrás, mas é necessário que se volte na hora certa.

O tempo é o faminto bicho-papão do destino. Voltar atrás é dificil, mas quanto mais escolhas são feitas, maior vai ficar o labirinto.

Saiba esperar a cerveja gelar, ou os doze anos pra abrir o whisky.

Quem come cru tem mais azia.

E o sal-de-frutas da vida custa caro.



Você assume os riscos da sua própria highway, por isso aproveite pra curtir a paisagem.


Perder o controle também é opção.
Seja quem você é, mesmo que esteja na contra-mão.
E relaxa... nessa estrada você pode dirigir embriagado.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

22... e a vida continua!

Sempre escrevo algo sobre meu aniversário.
Mas hoje basta dizer que estou satisfeito.
Tudo corre a favor do mar... tudo para ao por-do-sol
E o mais importante é que cada vez mais estou derrubando as margens que aprisonavam.
Entre outras coisas.. estou com saudades de escrever.
Assim que tiver um tempo e o alcool for suficiente sentarei e destilarei o veneno da cretina bíllis... a cabeça está a mil.. mas me falta poesia na correria.
Ou me falta tempo na poesia.
Ou me falta correria no tempo.
Ou sei lá... pode ser que não falte nada.


A falta deve ser minha.





Beijos etílicos em suas virílhas.

22... e a vida continua!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quem sabe um dia

Perdi a inspiração.

Isso me deixa frustrado.
Devéras frustrado.

Se perdi inspiração é porque nada de diferente está acontecendo em minha vida.
Isso me faz parar pra pensar, sabe?
Mas quando paro e analiso a esfera da minha vida percebo que tudo está mudando o tempo todo.
Tudo gira, tudo geme, tudo se move.
Então... Inspiração, cadê você?
Cretina.
Ela vem de tempos em tempos, vai e volta sem aviso prévio.
Me deixa aqui frustrado, pensando onde ela poderia estar.

Foi visitar outro?
Foi visitar outra?
Foi pra visitar ou pra ficar?

CRETINA!!!

Me deixa preocupado com esse sumiço.
Então eu procuro alguma coisa que me leve a ela.
Amor, paixão, uma noite e nada mais, bebida, cigarro, roquenrow, carnavais... meu deus!

Visito cada uma das alternativas, de endereço em endereço, mas nada de encontrá-la. Esse perseguição me cansa, cansei de entrar na dança, cansei de estar fora do rítimo.
Cansei.
Cansei de seguir seus passos.
Sabe o que? Vou usar tudo isso e fazer uma festa.
Se ela foi embora, então vamos nos divertir juntos.
Chego em casa, acendo um cigarro, abro uma cerveja, converso com minha garota(ah, ela é um amor), me apaixono a cada instante, enfim, coloco pra tocar o roquenrow.
Se ela não vem, eu vou.
Quem tem tudo isso em casa, vai correr atrás de uma mera inspiração?
Eu não!
E no auge da euforia, da guitarra distorcida, da cara borrada em meio a fumaça, do batom na almofada, do contato, do veneno do amor... ela chega de mansinho, pedindo carinho, querendo ser usada, maltratada.
Inspiração cretina.

Não sei porque insisto em não te usar.
Um dia te transformo em poesia.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

António, o poeta.

António queria escrever um livro.
Mas coitado do António, não sabia escrever.
Começou a recitar suas rimas e repentes na rua, passando o chapéu, moeda em moeda.
Ganhou dinheiro pra comer, aprendeu a ler e escrever.
Editou seu poemas etílicos, suas histórias e mazelas.
Ganhou algum dinheiro, vendeu alguns livros.

António morreu de cirrose aos 32, com 2 vintens no bolso, e alguns poemas na mão.
Os poemas tiveram edição póstuma, o dono do bar que encontrou o defunto ficou rico, e António é considerado em sua geração o maior dos poetas.

Como a vida é ingrata.
E essa fama tardia é mesmo uma merda!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Clarice.

O nome dela soou em meus ouvidos como uma canção. Entreguei-me ao seu olhar sem dizer uma única palavra. Ela me fitava como se enxerga-se a minha alma, lenta e calma se aproximou e sorriu. Era como um veneno fazendo efeito, fui morrendo no mais doce dos deleites que possa imaginar. Busquei uma palavra, um olhar, um ruído qualquer, alguma coisa que me forçá-se a uma reação. Ah, Clarice! Seria em vão qualquer atitude que eu tomasse. Ela me pegou em cheio, leus todos os meus desejos, me despiu ali, na frente de toda aquela multidão, me despiu sem que eu precisasse tirar sequer uma peça de roupa. Despiu minha alma de qualquer arma de defesa. Logo eu, que sempre fui tão esperto e coerente. Que medo dessa gente que tem veneno no olhar.
Clarice. Esse era o nome dela.


.....................

Clarice se assemelha muito a Alice.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Fragmentos de outra estação

Era sereno... Ou era gelado?
Saca?
Toda vez que a chuva passa o vento bate a porta.
Nem sempre a chuva volta, mas o vento atravessa a casa.
Nunca sei se o vento bate pra manter a casa fechada ou pra me empurrar pra fora.
Se ele quer ser notado ou apenas bagunçar a sala.
Então deixo a janela aberta, que é pra mandar a poeira embora.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Contato

Não dá pra ficar parado.
Pode até ser que seja devagar, mas não dá pra ficar parado.
Nem em casa.
Ficar em casa também é algo que cansa. Até quem gosta, cansa.
O corpo pede contato.

Ninguém consegue comer só chocolate.

domingo, 8 de março de 2009

...

Casa estranha.
Que quadro é esse na parede?
Parece alguém que eu conheço nessa foto.
Retratos espalhados, desenhos familiares.
Acho que é meu quarto!
Dói.
Minha cabeça dói demais e tudo gira, e tudo foge, e tudo.. tudo... tudo me enjoa.
Me arrastar até o banheiro é uma missão arriscada, quase impossível.
Fazer o que? É necessário que se vença essa batalha.
O banho demorado parece que melhora. Parece!
Água... Muita água.
Muita água, pouco iluminação, silêncio!
Eu quero silêncio.
Eu quero que você vá embora, eu quero que todo mundo vá embora.
Esse gosto de alcool ressecado, bafo de jibóia. Vão embora!
Os pensamentos são curtos e diretos. É a Cretina Bíllis fazendo efeito.
Hoje é domingo, e a ressaca tá foda.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Carnaval 2009

"No ano de 2008 AC/DC, um marujo chamado Wagner procurava o local ideal para esconder seu tesouro quando foi surpreendido por uma forte tempestade, provavelmente maldição de algum outro pirata que cobiçava seu ouro roubado. Em meio a tempestade Wagner lutava bravamente contra a tormenta e bebia seu Ron para aguentar a batalha. Lá pelas tantas, já cansado, Wagner olhou para o céu e gritou "Nem Deus derrubará essa Terra".
A ira do céus não deu tregua e Wagner nunca mais foi visto..."


Começa mais uma viagem da Escarlate Ohara a nau mais veloz do velho oeste, no sábado de carnaval quando Capitão Mandragon acompanha dos marujos Fí e Gustavo Ciclista, todos já embriagados, encontram a tripulação que chegava, composta pelos marujos Barba-Ruiva, Jana, Marco e Jessy.
Todos seguem para o abrigo e arruma suas coisas para a batalha, afinal, o Acre precisa de novas terras. Mas como estávamos em menor contingente, todos estão a paisana para não levantar suspeitas. Dois dias se passam sem que ninguém perceba a nossa presença, ficamos a nos embriagar de Ron, tocar rock'n roll e curtir o sol na proa da Escarlate Ohara, a nau mais veloz do velho oeste. No terceiro dia tudo parecia bem, todos cantavam, danaçam e bebiam a nossa volta, mas ninguém sabia das nossas pretenções de encontrar o tesouro de Wagner. Eis que dos céus surge uma vós gritante que em alto e bom som soava " Waaaaaaaagneeeerrrrrr". As outras embarcações pensavam ser um marujo perdido e seguiram o coro. Mas então o céu se voltou contra nós, as nuvens desciam as colinas como se fossem engolir a terra amaldiçoada, o vento soprava forte do norte e as embarcações foram caindo, uma a uma. Nesse momento Barba-Ruiva sente o coração acelerar, corre para o convés enquanto todos olham assustados, ele volta trazendo em suas mãos a bandeira da Escarlate Ohara, a nau mais veloz do velho oeste, dizendo: "O pirata sempre prevalecerá". Sem conseguir repetir as mesmas palavras Capitão Mandragon diz: Bravo marujo, usted fez la cosa cierta.
Então a bandeira é asteada, Marujo Marco Relembra a lenda de Wagner, Maruja Janaína chega se perguntando porque estão todos rindo, quando Gustavo explica "La bataja é eminente". Fí abre a garrafa de Ron, bebe um trago da bebida sagrada e ergue a garrafa para os céus dizendo "pareee.. vou vomitar de tanto dar risada".
Nesse momento o céu se enfurece e a chuva começa a destruir tudo que vem pela frente. Na proa do navio, Mandragon e seus bravos marujos cortavam o vento com suas espadas afiadas enquanto a garrafa se esvaziava. A luta durou algum tempo até que a tormenta se veja fracassada, sente o gosto da derrota e se cala com uma leve brisa. O sol reaparece e junto com ele tras Jéssy, ainda amortecida pelo esforço que fazia enquanto lutava na água, e ela diz "Eu to bem.. só tá faltando equilíbrio".
Enquanto todos pediam por sol, Marujo Gustavo gritava enquanto exibia a nossa bandeira "Só é o caralho... vem chuva.. veeemmm!!!"
Num Tom de deboche Capitão Mandragon olha as embarcações destruídas ao seu lado e declama "Cuidado aí pessoal, diz que vai vir uma chuvinha".
Surge um violão, mais garrafas de ron e novos marujos vão se aproximando pra curtir o bom e velho rock'n roll.
Mais uma vez Escarlate Ohara, a nau mais veloz do velho oeste, salva o dia e conquista novas terras para o Acre.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cretina o que???

Bíllis!
É Cretina Bíllis mesmo.

A cretinice tá rolando solta, de vento em popa.
Fazer o que? As vezes é preciso recuar pra seguir em frente.
Dois anos ou três, não sei. Nada foi perdido.
Agora parece que estou rumando a oeste, quando a gente envelhece parece que tudo fica pequeno.
Mas já parou pra olhar ao seu redor? O mundo cresce!
E a banda continua o show.
"É Rock 'n' Roll!" - diz a voz vindo do fundo do teatro.

Um brinde ao blog que virou banda. Ou a banda que acabou virando só o blog.
Enfim.
Um brinde a todos que partilham dessa minha vida.
Estou num novo rumo, vou dar em cheio na ferida.
"Doa a quem doer"


Quem disse que a vida começa aos quarenta é porque nunca viveu a casa dos vinte.
Requinte?
Eu não! Quero mesmo é ver o circo pegar fogo!

Pra engrossar o caldo, pra dar "sustância" no feijão, pra completar esse começo e ano a sapucaí vai mudar de endereço. Ela vai mudar até o rítimo.
Psicodália fazendo o carnaval mais feliz pra quem faz da vida o paraíso.

E se perguntarem por aí... O nome é Cretina.
Cretina Bíllis.
Se bobiar você vira abóbora antes do show começar.