sábado, 8 de maio de 2010

Meio blues

As vezes quando acordo
Sinto o amargo da ressaca
A garganta ressecada pela fumaça
Os olhos vermelhos e cansados

Nestas manhas, seu sei
Minha compania foi embora
Fiquei com a gaita em dó
E cordas arrebentadas

Não me sinto bem nem mal
Me sinto só
Me sinto blues
Me sento ao sol das onze na varanda

O meu corpo pede água
Mas eu mando café e fumaça
Queimando como um vegetal
Tragos de inspiração e poesia

E a vizinhança toda
Voltando da missa
Pragueja e amaldiçoa

Volto pra sala mas não ligo a TV
Escrevo uma carta que ninguem vai ler
Faço canções sem melodia
Tomo uma dose de whisky, e a vida continua...