quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Pecado

Profundo é o desejo
De quem
Com os olhos come
Não há sentimento
É só o calor da carne
É fome!

Os olhos nus
Sedentos
De profundos pecados
Devoram-se mentalmente
Entre olhares cruzados

E aí a luxúria
Condena ao fogo eterno
Revelando, febris
Dois corpos
Rolando no inferno

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Frases eróticas e
Sussurros contidos
Logo são
Lábios molhados e
Mamilos lambidos
É pelo no pelo e
pele no piso
Gritos e gozos
Ganidos, grunhidos
Suor, sede e saliva

Cigarro

Soberbos suspiros

Poesia
Ao pé do ouvido
Antes tivesse apanhado
Um soco na cara
Ainda me manteria vivo

O que mata são as palavras
Ecoando ao longo dos anos
Ao pé do ouvido
Amanda
Mal amada
Desalmada
Modernista
Melodramática

Meteu-se em tudo
A troco de nada
Mudou a moda
Mordeu a isca
Matou o próprio amor
E sem amor próprio
Morreu na pista

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Já faz um tempo que afogo nesse trago
Para curar o estrago do afago, já faz tempo
Não sei dançar a dois
O meu samba é tão sozinho
Maldita vida que pôs no teu caminho
Só pode ser piada
Se tantas vezes me minto
De amores
Tantos de nada
Que nem sempre me sinto

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Virtude, coisa rara
Gastar o soldo na boemia
Não saber o qu'é agonia
Esse jeito de canalha

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Agora é assim
Mantenha-se longe dos meus lábios
E não me tragas teu perfume
Pois me proibiram dos teus afagos

 

Adeus, querido cigarro.

Se eu pudesse trazer

Teus peitos

Para junto dos meus lábios

Jamais esquecerias do beijo

E do efeito

Deste simples contato

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Trágica Anáfora

Ana fora tão bela

Ana fora tão jovem

Ana fora tão forte

Fraco fora seu amante

Precoce fora sua morte

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

sábado, 2 de outubro de 2010

Vejo a alegria

Tão longa como um domingo

Que acaba em segunda

Nos teus lábios

me embriago

com o gosto do vinho

Já nas curvas virtuosas

de volúpia

perco-me nos tortuosos

caminhos

Me deito lentamente

nos deleites

do teu ninho

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A alegria existe

   mas vem e acaba

Como o domingo

  que acaba em segunda

Tão rápido

  quanto a queda da pedra

Tão logo bate na água

   se afoga no segundo

que afunda!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A navalha

A navalha do poeta é a palavra

Que em seus versos esculpe a face do leitor

Amável ou maldito, não importa

Corta a alma e expõe a dor

 

Classificado entre os 100 melhores no TOC140 da FLIPORTO

http://www.imcbr.org.br/letterdigital_toc140.html

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Hoje em dia é assim

O apocalipse em cada esquina

A música virou video

E o video virou latrina

A poesia é um mar

Que em marés de inspiração vem e vai

E quando bate a ressaca sempre deixa marcas

Aos que estiverem perto demais

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

Do samba ao blues

Musicando o desejo

Desse teu olhar de tango

No compasso do meu beijo

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A voz da morte

Dizem que quando ela chega

E você ouve a voz da morte

Rapidamente em seus olhos

Projeta-se um filme da sua sorte

 

Mas ninguém se atreveu

Nem mesmo por um hobby qualquer

Dizer qual é a canção

Cantada por essa obscura vouyer

 

Hoje lhes digo, no leito eterno

Que é o som do azul infinito

Distorcido, afinado e aflito

Numa voz de paz que vem do inferno

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

À deriva

Rum no café para apreciar o mar

Vez em quando um cigarro me ajuda a pensar

A cada porto a vontade de partir

 

Meus sentimentos eu conservo

Entre a proa e o horizonte

Cortando as ondas e a brisa solitária

 

Meu coração naufragado em teu feitiço

Ó sereia, donzela dos prazeres proibidos

Tua maldição me prende ao vasto mar

 

Vã libido de água e sal

A caixa de tesouros do destino

É o rumo incerto, à deriva do teu canto angelical

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Minha vontade

Ninguém mais sabe além de mim

O que eu mais quero por vontade

Cura-se em alguns casos com Dramin

Meu caderno de poesias

Escrevo igual o Alcorão

De trás pra frente, no ocidente

Fragmentos de sentimento e imaginação

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Estupor

   esse súbito não ter
   esse estúpido querer
   que me leva a duvidar
   quando eu devia crer
  

  esse sentir-se cair
   quando não existe lugar
   aonde se possa ir
 

   esse pegar ou largar
   essa poesia vulgar
   que não me deixa mentir

 

Leminski

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Da tua incerteza vem a minha insegurança

Ou vice e versa

Enquanto eu verso a minha frente

Voce me enfrenta sem conversa

Lograram os críticos

Imitando Camões

Pra quebrar o protocolo

Pouco tempo depois

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ler é bom

Escrever também é

Um traz arte à vida

Outro faz da vida arte

Assim como ela é

Poetinha

Eu junto todo sentimento num punhado de palavras
E você não sabe se é verdade ou se é drama
Então desencana
Que isso não leva a nada
Num copo mais profundo que o poema
Mil mágoas se afogam bem mais depressa
Nas rimas te torturo com os meus dilemas
E enquanto tu choras, madrugada afora
Declamo versos cafajestes
Desses ao pé da orelha
Para alguém que um dia quem sabe
Seja o meu problema
Em verso ou prosa

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Verso Livre

Esse beijo que me enlouquece
Meu bem, eu espero sinceramente
Que continue a me entorpecer, caliente
Causando essa eterna paixão de moleque

Eu espero também, meu bem
Que eu possa te fazer tão ou mais feliz
Quanto cada segundo que me mostra e me diz
Que serei do seu amor eterno refém

Pois venha então agora, pode entrar
A noite vem caindo e com ela o luar
Iluminará meus versos livres, de paixão

Pois a forma do amor pode ser assim
Não precisa ser reta do começo ao fim
Mesmo assimétrica é pura perfeição

terça-feira, 20 de julho de 2010

Just Because…

Parece que o mundo conspira

Eu sei, nem sempre isso é real

Mas sei que o todo mundo também pira

Então o mundo ou eu…

Sempre algum de nós está normal.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Preço.

Aprendi que o preço é evitar a dor

Se todo amor tem no fundo uma ferida

Para que se viva sempre em calor

É preciso dominar a vida

 

A chama do amor também queima

Também arde

Temos que controlar a chama

Ou vira cinzas tudo o que era arte

 

Não pode faltar contato

Nem harmonia

Ou tudo vira motivo

E todo motivo vira ironia

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Falsos senhores

Rabisca e rasga, joga fora
Sorri e chora
Acorda no meio da madrugada
Escreve tudo, não escreve nada
Rima, proseia e poetisa
Arritimada vida vadia
Fósforo, fogo e cigarro
Copo, vinho e tragos
Faz de conta na realidade
Ator na vida e na verdade
Abusa, ousado, dos artifícios
Sonhos, subversão e vícios
Romantiza e ficciona as dores
Malditos!
Malditos sejam os escritores!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Quando unimos nossos corpos em um só gesto de amor
Entrelaçando os desejos da alma
Contemplando os pecados da carne
Não somos céu nem inferno
Somos o retrato
Somos a obra de arte
De Deus e do Diabo
Somos magos da vaidade
Feiticeiros da humildade
Somos o amor propriamente dito
Somos perfeitos amantes
Somos a própria realidade

sábado, 8 de maio de 2010

Meio blues

As vezes quando acordo
Sinto o amargo da ressaca
A garganta ressecada pela fumaça
Os olhos vermelhos e cansados

Nestas manhas, seu sei
Minha compania foi embora
Fiquei com a gaita em dó
E cordas arrebentadas

Não me sinto bem nem mal
Me sinto só
Me sinto blues
Me sento ao sol das onze na varanda

O meu corpo pede água
Mas eu mando café e fumaça
Queimando como um vegetal
Tragos de inspiração e poesia

E a vizinhança toda
Voltando da missa
Pragueja e amaldiçoa

Volto pra sala mas não ligo a TV
Escrevo uma carta que ninguem vai ler
Faço canções sem melodia
Tomo uma dose de whisky, e a vida continua...

sábado, 17 de abril de 2010

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Saudade

A saudade é traiçoeira e poderosa
Nos paga algumas doses enquanto os carros nos convidam pra dançar pela avenida
Embora seja um pouco suicidade, todo amor é um pouco da morte
Lançados a sorte vivemos correndo o risco de topar com esse amor em qualquer esquina
Jogando com o azar a gente se atira pelos abismos da vida
Armadilhas do destino
Se Deus nos deu o sentimento do amor e o tato da arte
Sem duvidas foi o Diabo quem criou o cigarro e o conhaque

domingo, 3 de janeiro de 2010

Enquanto chove a mente trabalha
O rock'n roll tocando, o barulho da água, o sopro do vento
Eu e o meu quarto, um suspiro de alento
A paz do ano que inicia ou a ansiedade do domingo que se acaba
Segunda-feira tudo vai voltar com esperança de novas águas
Correria constante, dia-a-dia de trabalho, horas cheias e horas vagas.

Mas e ligo a TV e só vejo as mesmas notícias de enxente