terça-feira, 20 de maio de 2008

Canceriano sem Lar.

Eram sete horas da manha, aproximadamente.
Fitava o sol nascendo, o sol me cegava.
O sol refletia minha alma. Nascendo.

Não sei o que eu fazia naquele lugar, não sei porque o sol nascia naquele lugar.
Era um lugar comum, mas o sol me cegava.
Sim... reconheci, eu estava perto de casa.
Saindo ou entrando?
Não sei. Acordei ali.

Quanto tempo se passou?
Uma noite? Um dia? Um mes? Talvez, quatro?
Quem sabe? Um ano!?
Enfim.

O sol brilhava em cada gota de orvalho do gramado.
As pessoas começavam e se dispersar.
A cidade acordava... eu nao sabia se acordava com a cidade ou iria dormir.
Eu nao sabia nem onde era minha casa. Mas uma coisa era certa, eu estava perto dela.
Por que?
Não sei... mas eu estava. Sei que já estive nesse lugar.

Que loucura.
Passa um rapaz, eu peço um cigarro. Ele nao tem.
Ele nao fuma, ninguem fuma.

"Cigarro? aqui? Eu hein!"
E saiu matutando.

E agora? Sem cigarros, sem o rumo de casa.
O que fazer?
Sentei e observei o sol nascendo.
Ao menos nesse lugar, perto de casa, o sol ainda brilha.
Foi quando alguém me trouxe uma bandeja com o café da manhã.

Foi aí que me dei conta.
Eu estava no jardim do hospital.

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